Mitos e verdades sobre as ISTs

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  • Talitha Benjamin
 Tudo sobre Infecções sexualmente transmissíveis

Com a quantidade de informações falsas e boatos sobre as infecções sexualmente transmissíveis, estar protegido contra elas pode ser um pouco mais complicado. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 1 milhão de novos casos de ISTs são registrados diariamente, portanto é importante se manter informado sobre o que é verdade e o que é mito.

Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra; especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, explica que, ao ano, estima-se que haja cerca de 357 milhões de novos casos de infecções, entre HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase, sendo as pessoas entre 25 a 39 as mais suscetíveis a serem infectadas.

O que é IST (infecção sexualmente transmissível)?

As infecções sexualmente transmissíveis são vírus, bactérias e outros microorganismos transmitidos de pessoa para pessoa através do contato sexual, sendo estes por via oral, vaginal ou anal. Elas também podem ser transmitidas para a criança através da gestação, ou, de forma menos comum, através do contato não-sexual: através do contato de mucosas com secreções corporais contaminadas.

O termo “doenças sexualmente transmissíveis” (popularmente comum pela sua sigla DST), desde 2016, tem sido substituído por “infecções sexualmente transmissíveis”, porque há a possibilidade de que uma pessoa tenha e transmita uma infecção sem apresentar os sintomas. Confira a seguir os mitos e verdades sobre essas infecções.

A transmissão só acontece se houver penetração do pênis na vagina

MITO. A troca de secreções e o contato da pele já é o suficiente para que ocorra a transmissão. Segundo a Dra. Karina Tafner, algumas doenças também podem ser transmitidas de outras formas, como, por exemplo, o cancro mole ou a hepatite B, ou C, que também são transmitidas através da secreção e de contato com sangue contaminado, respectivamente.

Beijo na boca pode transmitir IST’s

VERDADE. A herpes e a sífilis, por exemplo, assim como outras infecções, podem ser transmitidas através da secreção de feridas, mucosas e lesões na boca. O risco é pequeno, pois a boca não é um ambiente propício para a sobrevivência dessas bactérias, porém, ele existe.

A camisinha protege contra todas as IST’S

MITO. O contato da pele e de secreções em áreas não cobertas pelo preservativo podem causar contaminação. No entanto, Dra. Karina afirma que “o melhor método de prevenção ainda é o uso do preservativo feminino ou masculino no sexo anal, vaginal e oral. É importante também fazer exames laboratoriais com frequência para que, caso haja o aparecimento de uma infecção, ela possa ser tratada rapidamente.

Roupa íntima compartilhada/vaso sanitário pode transmitir IST’s

VERDADE. As chances são pequenas, mas, mesmo assim, elas existem. A bactéria que transmite as DST’s vivem pouco tempo em ambientes abertos, portanto, o risco de contaminação é baixo. No entanto, existe a possibilidade de ter candidíase ou uma infecção urinária, portanto, evite usar banheiros públicos e nunca compartilhe roupas íntimas, toalhas e roupas de banho.

Se a mãe tiver HIV, o filho também terá

MITO. Dra. Karina afirma que bebês que nascem de mães portadoras do vírus do HIV (vírus de imunodeficiência humana causador da AIDS) têm 30% de chance de contraírem — caso as medidas de prevenção não sejam tomadas. No entanto, caso a prevenção aconteça corretamente, essa possibilidade cai para 0,5%. A amamentação também pode ser um método de transmissão. A gonorreia, clamídia e herpes também podem ser transmitidas no momento do parto.

Praticar sexo anal aumenta os riscos de contrair uma IST

VERDADE. A mucosa da área do ânus é mais sensível e suscetível a lesões, portanto, acaba sendo uma porta de entrada mais fácil para a contaminação. Por isso o uso do preservativo é imprescindível.

Mantenha seus exames em dia

É importante que os exames que detectam as infecções, como o hemograma completo e o exame rápido para detectar o vírus HIV sejam feitos com frequência, uma vez por ano, toda vez que mudar de parceiro sexual ou quando se expôr ao risco de contaminação.

Todas as infecções sexualmente transmissíveis têm tratamento, mas nem todas têm cura. A herpes genital, a hepatite B e a AIDS, por exemplo, ainda não possuem cura definitiva. No entanto, existem mecanismos que possibilitam que pessoas com essas condições tenham uma vida confortável e segura. 

O tratamento das pessoas que portam uma IST não só melhora a qualidade de vida como interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções, e podem evitar que elas evoluam para complicações graves, como no caso da AIDS, por exemplo. A testagem, o atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS, e exige comprometimento e acompanhamento médico rigoroso. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor. 



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