Como funciona a laqueadura?

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  • Talitha Benjamin
 Laqueadura

A laqueadura é um procedimento de esterilização muito buscado por mulheres que não desejam mais engravidar. Cerca de 67 mil cirurgias de laqueadura foram realizadas no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao contrário dos outros métodos contraceptivos, trata-se de um procedimento de caráter definitivo e é considerado um direito da mulher, podendo ser feito através do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa e especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO, na laqueadura tubária, também conhecida como ligadura das trompas, as trompas são obstruídas ou cortadas, interrompendo o trajeto de ambas e impedindo a gestação. As tubas uterinas recebem os óvulos e os espermatozóides para formar o embrião. Com a laqueadura, esse encontro é impedido, não havendo fecundação.

Um procedimento garantido por Lei

Ainda segundo Dra. Karina, a laqueadura está garantida para todas as mulheres com capacidade civil de mais de 25 anos, ou que já tenha dois filhos vivos. No caso de mulheres casadas ou em união estável, o consentimento do parceiro é necessário. A laqueadura também é garantida para mulheres cuja futura gestação ofereça risco de vida tanto para a mãe quanto para o bebê – nesse caso é necessário um relatório de saúde assinado por dois médicos.

Esse direito está respaldado pela Lei de Planejamento Familiar nº 9.263/96, no entanto, não basta apenas querer realizar a cirurgia para não ter mais filhos, já que a lei estabelece algumas condições para que a laqueadura seja realizada.

Após manifestar o desejo de realizar a laqueadura, a mulher será então encaminhada para reuniões de planejamento familiar, onde será discutida a possibilidade de outros métodos contraceptivos reversíveis. Após isso, a mulher ainda precisa realizar visitas e acompanhamentos com uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, psicólogos, agentes de saúde e assistente social.

A lei exige que, a cirurgia só pode ser marcada após 60 dias desses encontros, que é o “tempo de reflexão” para que a mulher tenha certeza se realmente quer seguir em frente na realização do procedimento.

Segundo a Dra. Karina, por mais difíceis e burocráticas que sejam as exigências, elas existem pois o número de “arrependidas” é alto, chegando aos 10%: “a reversão da laqueadura é muito difícil, e, dentre as mulheres que se arrependem da realização da mesma, 60% desejam a reversão”.

Ainda de acordo com a médica, os motivos para o arrependimento e desejo de reversão incluem a mudança de parceiro, a perda de filhos e a mudança nas condições financeiras.

Como é feita a laqueadura?

Por mais que o processo de autorização da laqueadura demore, o procedimento é relativamente simples e seguro, não passando dos 40 minutos de duração. Dra. Karina afirma que a técnica de ligadura é considerada um método permanente, com a taxa de sucesso ao redor de 98%.

“Todas as técnicas necessitam de internação e anestesia geral ou local, sendo que estas podem variar desde a colocação de grampos e anéis elásticos, até a remoção de parte ou de toda a trompa” explica.

É recomendado que a mulher que tenha interesse em realizar a laqueadura esteja, principalmente, em dia com acompanhamento ginecológico e tenha plena convicção da sua decisão. A maioria dos especialistas dizem que, a princípio, a maioria das mulheres não tem ideia de que podem recorrer à outros métodos contraceptivos com a mesma taxa de eficácia da laqueadura mas que podem ser reversíveis. Por este motivo, antes de mais nada, é indicado entender quais são os anticoncepcionais mais usados, suas vantagens e desvantagens.



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