Confira quais são os anticoncepcionais mais usados e suas vantagens e desvantagens

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  • Talitha Benjamin
 Anticoncepcionais mais usados

Quando o assunto é evitar uma gestação, felizmente, é possível encontrar uma grande variedade de métodos. Apenas no Brasil, o número de mulheres que utilizaram algum tipo de prevenção chegou a 79% no ano de 2015, contra cerca de 51% na década de 1970, mostrando que o tabu dos anticoncepcionais está ficando no passado.

Especialistas e pesquisadores afirmam que o número de mulheres com interesse em prevenir a gravidez tende a aumentar já que ainda existem muitos países subdesenvolvidos, onde o acesso a esses métodos ainda é escasso.

No entanto, ainda não é possível encontrar um método contraceptivo 100% eficaz, nem algum que não traga efeitos colaterais. Para conhecer as características dos anticoncepcionais mais utilizados, conversamos com a ginecologista e obstetra especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa, Dra. Karina Tafner, e trouxemos as vantagens e desvantagens de cada um. Confira:

Laqueadura ou ligadura das trompas

Talvez seja o método mais controverso, mas é o mais utilizado. Trata-se de uma cirurgia para fecha as tubas uterinas, impedindo o encontro entre o óvulo e o espermatozoide.

Em 2018, foram 67.056 procedimentos realizados, mas, apesar da frequência, ainda é visto com maus olhos por ser um método definitivo. “No Brasil, a laqueadura pelo SUS pode ser realizada por mulheres com mais de 25 anos ou com 2 ou mais filhos, que não desejam engravidar ou quando são portadoras de alguma doença crônica em que a gestação cause risco de vida”, informa a doutora Karina.

Vantagens: A laqueadura é um método definitivo, já que as chances de engravidar após a cirurgia são raríssimas.

Desvantagens: Não é incomum que as mulheres que desejam fazer esse procedimento encontrem resistência e preconceito dos profissionais de saúde, por essa razão, há diversos relatos de mulheres que tiveram dificuldades para conseguir realizar o procedimento.

Pílula anticoncepcional

A pílula hormonal é um comprimido de hormônios que produz hormônios, como o estrogênio e a progesterona, produzidas pelo corpo feminino, impedindo assim a ovulação.

Com uma eficácia de 98%, a pílula é um dos métodos mais populares e pode-se dizer que também é multiuso, já que a dose hormonal variada dos diferentes tipos de pílula servem para regular diversas outras questões do corpo feminino.

Vantagens: Além de prevenir a gravidez , a pílula também age contra os sintomas de doenças do sistema reprodutivo, como a endometriose, sangramentos, miomas, síndrome do ovário policístico, entre outras.

Desvantagens: As doses hormonais, no entanto, pode causar alguns efeitos colaterais, dependendo do organismo: piora na acne ou outras inflamações de pele, retenção de líquido, perda de libido, oscilações de humor, etc. É importante consultar um ginecologista para que seu perfil individual seja avaliado.

Acerca também do risco de aumento de doenças tromboembólicas, a doutora Karina acrescenta: “os contraceptivos hormonais combinados aumentam sim as chances de trombose, mas esse aumento é pequeno. Ela afeta cerca de 5 em 10.000 mulheres ao ano. Com o uso de contraceptivos hormonais, essa taxa aumenta para 8-10 em 10.000 mulheres ao ano. Ou seja, o aumento do risco é pequeno”.

Camisinha

A camisinha é um anticoncepcional do tipo barreira que pode ser encontrado nas versões feminina e masculina. Ela é feita de látex ou poliuretano e impede a chegada do espermatozoide ao útero.

O preservativo feminino consiste em um tubo de poliuretano que deve ser inserida na vagina, já o masculino é um envoltório que cobre o pênis.

Vantagens: Existe o mito de que a camisinha apresenta um alto teor de falha na proteção contraceptiva, mas doutora Karina esclarece: “para um casal que faz o uso perfeito e correto, a eficácia é de 98% (ou seja, de 100 casais que utilizam o método corretamente, apenas dois vão engravidar).”

Também é o único método que protege contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), é acessível e não tem contraindicação.

Desvantagens: As chances da camisinha rasgar ou apresentar alguma falha é alta, caso não seja usada corretamente, consequentemente falhando na proteção contra a gravidez e DSTs. Pode causar irritações e reações alérgicas.

Vasectomia

A vasectomia é outro método de contracepção cirúrgico, que interrompe o fluxo de espermatozóides expelidos durante a ejaculação.

É regulamentada através da mesma Lei que trata do planejamento familiar (nº 9.263/96)e, por essa razão, segue as mesmas regras da laqueadura: apenas homens a partir de 25 anos ou com pelo menos dois filhos.

Vantagens: Assim como a laqueadura, é considerada como um método definitivo, no sentido de não necessitar um novo procedimento para manter o efeito contraceptivo. No entanto, é possível que ela seja revertida através de uma intervenção cirúrgica.

Desvantagens: Ela não protege contra as doenças sexualmente transmissíveis, sendo necessário fazer a utilização do preservativo para este fim.

Pílula do dia seguinte

Essa contracepção é apropriada apenas para casos emergenciais e age de diversas formas para prevenir a gravidez: “ela pode ou inibir a ovulação ou atrasar o encontro do óvulo com o espermatozóide, caso ela já tenha ocorrido. Pode agir também por alteração do muco cervical, tornando o ambiente hostil ao espermatozóide, e alterando o endométrio (camada que recobre o útero para receber o óvulo fecundado) , impedindo a nidação caso ocorra a fertilização” explica a ginecologista.

Vantagens: A pílula do dia seguinte é uma conquista gigantesca para as mulheres, já que se trata de uma contracepção emergencial, que pode ser usada mesmo depois do “esquecimento” ou uso incorreto de outros métodos.

Desvantagens: Por ser emergencial, este anticoncepcional não pode ser usado com frequência. Uma única pílula carrega cerca de metade da quantidade de hormônios de metade de uma cartela de pílulas anticoncepcionais comuns e essa quantidade alta de hormônios pode causar reações adversas, como desregulagem do ciclo menstrual, sangramento, náuseas, entre outras alterações hormonais. É recomendado que se utilize, no máximo, uma vez por ano.

Por mais que os métodos contraceptivos sejam muitos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ainda que todas as mulheres do planeta utilizem corretamente os anticoncepcionais existentes, cerca de 6 milhões de gestações ainda ocorreriam.

É importante saber que todos eles possuem diferentes efeitos colaterais e atendem diferentes necessidades do organismo, por isso, para escolher o melhor método de contracepção, converse com o seu parceiro (no caso de um relacionamento fixo), e procure um médico ginecologista para que ele possa analisar qual o melhor anticoncepcional para o seu organismo.



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