Feminismo: Museu da Empatia Feminista está no Senac

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  • Raquel Fialho
 Museu da empatia feminista

“No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos”.

O Museu da Empatia Feminista, criado pelas alunas do Senac Lapa Faustolo, traz histórias de 30 mulheres contadas através de objetos pessoais como, por exemplo, blusas, bolsas e batons.
Nesta quarta-feira (08/08/18), o Museu da Empatia Feminista abriu portas para receber seus visitantes com o intuito de apresentar novas experiências – fazer com que olhemos o mundo com um olhar diferente – criando empatia pelo outro.
Grupo de mulheres do museu da empatia feminista
(Da esquerda para direita: Patrícia Pereira, Silvia Pamela Panobianco, Maria Eduarda Oliveira, Tawane Theodoro, Giovanna Alves, Jessica Alves de Souza e Ana Carolina Martins).
O projeto foi criado após observarem a necessidade de abordar o tema, principalmente pelo sofrimento, altos números de feminicídio, machismo, assédio e preconceitos vividos pelas mulheres diariamente. A proposta é nos colocarmos no lugar delas, ouvindo suas histórias através de leitura por QR code e um fone de ouvido.
A história da Letícia é uma das abordadas nos áudios, ela foi assediada em seu ambiente de trabalho. Alice, sofreu racismo por ser negra e deu a volta por cima passando pela transição capilar, assumindo sua ancestralidade sem se importar com o julgamento alheio. Essas e muitas outras histórias que envolvem abuso sexual e violência fizeram parte da amostra para revelar o que vivemos no dia a dia.
Além dos áudios, a exposição traz manequins com diversos tipos de roupas, destacando que nem a roupa e nem nada justifica um assédio. Depois de ouvirem os áudios, os visitantes têm acesso à um espaço onde podem dividir como se sentiram depois de todas as experiências. A maioria dos bilhetes demonstravam indignação e raiva.
Diversos manequins com diferentes estilos de roupa

espelho
O projeto nasceu mesmo para incomodar e mostrar que muitas coisas ruins acontecem a cada hora, a cada minuto e a cada segundo com diversas mulheres, independente de etnia ou faixa etária.
Maria Eduarda, 18, e Jessica Alves, 17, duas das organizadoras, acabaram se unindo com outras alunas para criar um projeto integrador com foco feminista. Assim nasceu o Museu da Empatia Feminista.
Maria Eduarda lembra que receberam muitas histórias “ao todo temos 30 histórias, mas tivemos que selecionar, pois recebemos diversas. É uma luta diária, ao levantarmos da cama sofremos com todo tipo de abuso” conclui dizendo que ser mulher é muito difícil e que o intuito é mostrar para as pessoas o que passamos todos os dias.
Jessica lembra que foi muito difícil selecionar as histórias, principalmente por muitas delas envolverem crimes oficialmente. Entretanto, muitas pessoas também desistiram de contar porque não conseguiam gravar o áudio.
Quem estava visitando a exposição também ficou chocado. Sarah Santos, 18 e Tamires da Silva, 17, pararam para ver o projeto e acharam interessante e ao mesmo tempo chocante.
“Os áudios e as frases foram muito fortes, a gente sabe porque passamos por isso todo dia. Sentimos raiva, e isso faz parte do nosso dia a dia, o assédio e abuso está em qualquer lugar, independente de idade”, finaliza Sarah.
Para fechar o dia de abertura, Tawane Theodoro, 19 anos, foi convidada para poetizar sobre a luta das minorias, de forma geral, e o que é ser mulher em mundo machista e desigual.

Feminicídio: crime e violência contra a mulher cresce a cada ano

Grupo de mulheres do museu da empatia feminista
O assédio, abuso e violência são coisas vividas diariamente no cotidiano das mulheres. De acordo com dados, cerca de 60% das mulheres que sofrem abuso sexual são negras, 42% das mulheres com 16 anos ou mais já sofreram assédio. No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos e a cada 2 horas uma mulher é morta, dados que revelam que o feminicídio no Brasil aumentou ao longo das décadas.
Camiseta escrito "42% das brasileiras com 16 anos ou mais declara ja ter sido vítima de assédio sexual"

Camiseta escrito "Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil".
Para quem deseja visitar o Museu da Empatia Feminista, o projeto ficará exposto no Senac – Lapa Faustolo até dia 30 de agosto de 2018, com entrada gratuita. Para mais informações, acesse a página no Facebook: https://www.facebook.com/events/231473370941885/



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