Entenda a importância dos cuidados paliativos
- 18 de setembro de 2019
- 10:36
- Talitha Benjamin
Quando uma pessoa está gravemente doente, o tratamento médico prioriza a melhora e a cura do paciente. No entanto, há casos onde a possibilidade de cura é pequena ou inexistente. Nesta situação, a medicina favorece o conforto físico, psicológico e emocional da pessoa por meio dos cuidados paliativos.
Objetivos do tratamento paliativo
O paliativismo consiste em um tipo de assistência medicinal que cuida dos doentes crônicos, cujo quadro não apresenta melhoras e ameaça a continuidade da vida. Esses tratamentos costumam envolver diversas especialidades, incluindomédicos, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros profissionais da saúde.
O principal objetivo do paliativismo é promover a qualidade de vida do enfermo e de seus familiares. Isso inclui o alívio do sofrimento físico e da dor, além de cuidados especiais para cada caso.
Segundo a psicóloga especializada em Avaliação Psicológica e Terapia Cognitivo Comportamental, Elaine Di Sarno, esse tipo de tratamento “resgata a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, focando o cuidado na pessoa e não na doença”.
O paliativismo se trata de um tratamento totalmente humanizado. Por essa razão, cada caso precisa ser analisado com cuidado. A medida que a doença avança, mesmo se a possibilidade de cura não seja totalmente descartada, os cuidados paliativos precisam ser ampliados, visando o bem estar psicológico, social, emocional e até mesmo espiritual do paciente.
Os paciente paliativo, a família e o lar
Um dos aspectos mais importantes do tratamento paliativo são os cuidados além do ambiente hospitalar. Isto é, permite que o paciente não fique apenas no hospital.
Segundo a doutora Elaine, o ambulatório, por mais que “exista um enorme arsenal de equipamentos para manutenção de variáveis vitais”, também é sinônimo de “procedimentos invasivos e dolorosos”. Por essa razão, os cuidados paliativos domiciliar se diferenciam pois “permitem o acolhimento em seu próprio lar, próximo à família e sem a obrigatoriedade de se adequar à rotina hospitalar.
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A doutora ainda ressalta a importância do apoio e participação familiar nos cuidados paliativos. Seja em domicílio ou no hospital, “o apoio da família integra aspectos psicossociais e espirituais e, ao mesmo, tempo dá suporte e ajuda para que os parentes possam trabalhar a perda e o luto.”
O paliativismo e o seu impacto no psicológico
Um paciente em fase terminal encontra-se em uma situação muito delicada. O adoecimento e o tratamento causam intensos efeitos no corpo e mente do enfermo.
Elaine explica que pessoas em situação de risco de vida convivem com perdas diárias: “perda da saúde, do corpo perfeito, de papéis sociais e, em certa medida, a ‘perda de si’. Por isso, é necessário que as manifestações emocionais sejam avaliadas, pois podem ser graves e influenciar na qualidade de vida do paciente e até mesmo a reação ao tratamento”, alerta a doutora.
Por essa razão, as intervenções psicoterapêuticas como parte dos cuidados paliativos são extremamente importantes para buscar um estado de equilíbrio e bem-estar para os pacientes, familiares e amigos.